Por :Lucas Alves Miolla
Começou, para surpresa e martírio dos mais otimistas, a nona edição daquilo que é um verdadeiro assassínio neural. Aquele que aqui vos fala também já assistiu uma vez na vida ao tão comentado de sempre Big Brother Brasil, mas não pode deixar de condenar a si mesmo por se apegar a esse jogo de futilidades que só serve para afirmar a lei da moda efêmera.
Será que não somos nós mesmos que alimentamos o tão vazio princípio da fama nos atuais giros da sociedade? O Leão Lobo não me parece jornalista quando anuncia a matéria sobre os casamentos que não deram certo no mundo dos famosos. Não desmereço seu profissionalismo, mas sim a natureza do que é apresentado em seguida. Um verdadeiro mercado de besteiras. E é muito divertido!!
O intérprete do Halley é sedutor? A Déborah Secco tem um corpo de parar o trânsito? Nossa senhora! E chamem a Mãe Diná também! Mas paro para avaliar que eles têm essa beleza tão discernível não porque sejam realmente belos. Minha vizinha, na minha infância, se parecia muito com a Mônica do Maurício de Sousa. Mesmo assim ela não tinha uma revista própria, coitada. É a EVIDÊNCIA que nos deixa interessados na vida pessoal e nos segredos mais cabeludos das celebridades. É a evidência que deixa uma pessoa linda. Damas e mancebos compram as revistas almejando a beleza daquelas figuras, não pela beleza, mas tomando a perfeição física por objeto modal crítico para o alcance da FAMA.
Assim segue a vida ano após ano, e vestimos uma tendência, não uma camiseta rasgada, um jeans manchado e uma sandália muito esquisita. Imitamos os artistas, vemos neles referências que deveríamos ter em nós mesmos. Piramos porque tal artista rabiscou o nome no nosso bloquinho da credeal. E pior, se ficamos perto deles, quase desmaiamos num dramatismo próximo ao de Paola Bracho. Sentimo-nos ao lado de um marciano, quando na verdade estamos diante (apenas?) de um sortudo que saiu da decadente rotina classe média a que somos cruelmente aprisionados, e pôde experimentar a adrenalina de estar dentro da caixa de imagens e sons, vulgo TV. Depois que a evidência dessa pessoa acabar, é praquele couro que ele vai voltar. Acordar as 6h30, levar os filhos para estudar, ir trabalhar, almoçar uma coxinha passada, trabalhar, chegar em casa mais passado que a coxinha do pseudo-almoço, ver o jornal, a novela e ir dormir.
As estrelas não estão sempre com aquele bom humor irrestrito, munidas de tiradas inteligentes e “alegrifes” simpáticos que nos deixam animados o tempo todo. Elas também choram, enchem a cara, cagam (não, não depositam uma rosa) e fazem tudo quanto humanamente possível. A fama não é sinônimo de imunidade, embora os documentários da Rede Globo sobre artistas que se foram sempre omitam a forma desagradável do falecimento deles. Nos fazem pensar que vida de artista é um Olimpo.
De forma tosca (é rir para não chorar) adoramos essas pessoas. Gastamos tempo e dinheiro para torná-las ainda mais famosas. Até votamos no eliminado do paredão. E não ganhamos nada com isso. Precisamos de um pouco mais de autonomia e personalidade para não fazer das estrelas que vão e vêm a nossa referência PESSOAL. Só teremos começado esse processo de resistência quando resistirmos a um produto, mesmo que na campanha publicitária ele apareça na boca carnuda de Jolie.
Famosos são pessoas normais. A diferença é que ao lado de um produto, eles vendem. Você e eu, consumimos.
Lucas Alves Miolla
aluno do 3º termo da
Faculdade de Comunicação Social da Unoeste
Noossa! Sempre Miolla! Parabéns Fran, pela brilhante iniciativa de por um texto de um brilhante Jovem no seu blog!!
ResponderExcluirO texto dispensa comentários!
Brilhante Miolla!
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